Por Lindemberg Ferreira
2 Co 11:3 Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo.
Fiquei impressionado com a quantidade de Teólogos, Professores e estudantes das escrituras que adotam R.N. Champlin como base para seus estudos, o que poucos sabem (ou fazem de conta que não sabem) é que este mesmo autor é esotérico, seus escritos estão cheios de conceitos espíritas e misturas ocultistas, diante deste fato e dos que apresentarei logo mais abaixo, pergunto;
1. Como se pode admitir que se divulgue esse tipo de afirmação não-bíblica em uma obra que pretende interpretar a Bíblia?
2. Quem estaria por trás dessa obra que tanto cativa Cristãos em todo o Brasil?
3. Por que a Editora Hagnos não responde as correspondências que questionam os ensinos contidos em tal Obra?
Prepare-se o que você irá ler “por trás da cortina” é apenas a ponta de Iceberg que pretende cauterizar a mente, uma “serpente” que deseja corromper o coração e levar cativas “evas” espalhadas pelo Brasil com bastante astúcia.
Russel Norman Champlin nasceu em 22/12/1933 em Salt Lake City nos EUA, concluiu bacharelado em Literatura Bíblica no Imannuel College; os graus de M.A. e Ph. D. em línguas Clássicas na University of Utah; fez estudos de especialização (em nível de pós graduação) do Novo Testamento na University of Chicago. Em sua carreira como professor universitário e escritor (atuando na UNESP por 30 anos), publicou três grandes projetos, sua magna opera, a Trilogia:
-O Novo Testamento interpretado.
-A Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia.
-O Antigo Testamento Interpretado.
Vamos analisar o comentário de Champlin em Atos 12.15, vejamos:
“Eles lhe disseram: Estás louca. Ela, porém, persistia em afirmar que assim era. Então, disseram: É o seu anjo”.

No quarto parágrafo Champlin diz(os grifos são meus): “Aqueles primitivos crentes devem ter crido que os mortos podem voltar a fim de se manifestarem aos vivos, através da agência da alma. Observemos que a segunda alternativa, por eles sugerida, sobre como Pedro poderia estar no portão, era que ele teria sido morto e que o seu “anjo” ou “espírito” havia retornado. Portanto, aprendemos que aquilo que é ordinariamente classificado como doutrina “espírita” era crido por alguns membros da igreja cristã de Jerusalém. Isso não significa, naturalmente, que eles pensassem que tal fosse a regra nos casos de morte; porém, aceitaram a possibilidade da comunicação dos espíritos, que a atual igreja evangélica, especialmente em alguns círculos protestantes dogmáticos, nega com tanta veemência.
O famoso escritor evangélico C.S. Lewis apareceu a J.B. Philips tradutor de bem conhecida tradução do Novo Testamento para o inglês, por duas vezes, após a sua morte, e se assentou naturalmente em sua sala de estar, tendo conversado com ele como se nada tivesse acontecido que pudesse ser classificado como falecimento. Porém, por toda parte abundam histórias de fantasmas, e muitos céticos negam tudo. Todavia, há muitos desses fenômenos, sob tão grande variedade, e cruzam todas as fronteiras religiosas, para que se possa duvidar dos mesmos como fatos.
Algumas vezes os mortos voltam, e entram em comunicação com os vivos. Os teólogos judeus aceitavam isso como um fato, havendo entre eles a crença comum de que os “demônios” são espíritos humanos maus, desencarnados. Essa idéia era forte na igreja cristã até o século V D.C., tendo sido apresentada por pais da igreja como Clemente de Alexandria, Justino Mártir e Orígenes, os quais também acreditavam na possibilidade do retorno e até mesmo da reencarnação de alguns espíritos, com o propósito de realizarem ou continuarem suas missões. (Ver esta doutrina em Mat. 16.14). Os essênios, dos quais João Batista parece ter sido membro, também mantinham crenças idênticas. É um equívoco cercarmos as doutrinas de muralhas, supondo em vão que somente nós, da moderna igreja cristã do século XX, temos as corretas interpretações das verdades bíblicas. Ainda temos muito a aprender, sobre muitas questões, e convém que guardemos nossas mentes abertas, pelo menos o suficiente para permitirmos a entrada de uma réstia de luz. Sabemos pouquíssimo sobre o mundo intermediário dos espíritos e supomos que o estado “eterno” já existe, o que todas as evidências mostram não ser ainda assim.
É preciso comentar mais alguma coisa? Prosseguiremos mostrando mais um texto em que Champlin comenta e infiltra com muita “astúcia” seus conceitos espíritas. (os grifos são meus).
Interpretação de R.N. Champlin. Ph. D. de Mateus 14.26
“Os discípulos, porém ao vê-lo andando sobre o mar, assustaram-se e disseram: É um fantasma. E gritaram de medo.”
“FANTASMA”. Tradução de AC, AA e IB, que é melhor do que “espírito”, conforme dizem algumas traduções, pois o grego diz “fantasma” e não “pneuma”. Esta última é que se pode traduzir corretamente como “espírito”. A palavra aparece somente aqui e no paralelo em Marc. 6:49, no N.T. É vocábulo comum na literatura grega, e pode significar aparição sem substância real, visão ou aparição de um espírito humano ou sobre-humano. É interessante observar que os discípulos aceitavam a antiga idéia dessas aparições, até mesmo neste caso que envolveu a Jesus. A aparição de “fantasmas” usualmente era reputada como um mau agouro, especialmente entre os marinheiros. Pode ser que os discípulos tivessem pensado que o “fantasma” quisesse destruí-los mediante a violência do mar ou contra as rochas da costa, e, naturalmente, ficaram aterrorizados.
O comentário de Ellicott diz: “Os discípulos, ainda presos às superstições de seus compatriotas, pensavam que fosse um fantasma”. Bruce escreve: “Um toque de superstição dos marinheiros”. Em contraste com isso, Adam Clarke, o principal expositor do metodismo, opina: “Que os espíritos dos mortos podem aparecer, e, de fato aparecem, tem sido doutrina aceita pelos homens mais santos; essa é uma doutrina que os caviladores, os livres-pensadores e outros, que não se dispõem a aceitar idéias direferentes de suas próprias crenças, jamais foram capazes de refutar”. John Gill acha que o terror dos discípulos foi causado pela crença comum entre os judeus de que os demônios geralmente andavam à noite, procurando fazer mal aos homens. Certa citação, extraída da literatura judaica, diz: “É proibido saudar um amigo à noite, porque pensamos que possa tratar-se de um demônio” (T. Bab. Megella, fol 3.1. Sanhedrin, fol 44.1). Outros se referem a um demônio feminino que se chamava Lilith, que andava à noite com rosto humano, procurando especialmente crianças para roubar e matar. Em face dessas idéias sobre “fantasmas” podemos compreender o medo dos discípulos naquela ocasião.
As pesquisas psíquicas demonstram que não somos tão sábios quanto pensamos e afirmamos, e que neste mundo há muitas coisas sem explicação, e que de fato, fantasmas de algum tipo (ou tipos), de alguma origem (ou origens), existem. Portanto, é possível que a idéia de Adam Clarke, conforme citação acima, contenha uma parte da resposta. Precisamos lembrar que essa questão será uma ciência do século XXI, portanto pouco sabemos sobre a verdadeira natureza do imenso universo em que existimos. Pode ser que nossas idéias venham a sofrer grande revolução e que a nossa cosmologia venha a alterar-se extraordinariamente. Uma boa regra é não negarmos aquilo que não compreendemos, ou acerca das quais pouco temos estudado.
A Natureza Humana: As pesquisas científicas no campo da antropologia metafísica demonstram que o homem é uma complexidade de pelo menos três formas de energias distintas. 1 . O corpo, uma energia física. 2. A vitalidade, uma energia semifísica. 3. A alma (espírito), uma energia espiritual, supostamente fora do campo atômico. O fantasma evidentemente é a vitalidade, que anteriormente fez parte do complexo humano. Esta vitalidade é capaz de certos atos que exigem uma baixa inteligência, e de natureza mecânica. Todavia, o texto aqui está falando da suposta manifestação de um espírito desencarnado.
Realmente parece mesmo ser um agente do espíritismo/ocultismo infiltrado em seminários e bibliotecas de lideres cristãos para introduzir fermento de corrupção e heresias demoníacas...
Ninguém comenta, ninguém fala, mas Russel Norman Champlin escreveu a anos um livro chamado “Evidências cientificas provam que existe vida depois da morte”. No livro ele define suas crenças espíritas... Isto mesmo, o autor da muitas vezes recomendada coleção de comentários bíblicos é espírita e a “obra” dele reflete seu pensamento espírita, como se vê no trecho citado acima.
Que tipo de apologética é esta que se pratica no Brasil? que “engole” há décadas este tipo de “obra”, recomenda, indica, não se importa de ver tal “obra” nas livrarias evangélicas.
Quem desejar se aprofundar nos escritos de Champlin (não recomendo) poderá fazê-lo lendo o livro supracitado: “Evidências científicas..” onde ele defende inúmeras idéias espíritas, ele defende o espiritismo sob capa de “comprovação cientifica” defendendo idéias como reencarnação, fotografia kirliana (fotografar almas) viagens fora do corpo, etc..
Em sua enorme obra enciclopédica comentado o NT (eu li todo o comentário dele a Apocalipse e boa parte de 1 Corintios) ele “semeia” idéias gnósticas e principalmente Universalistas-Unitaristas, um grupo cristão forte nos EUA entre acadêmicos. Os Unitaversalistas crêem na futura salvação de todo ser humano (talvez até do próprio diabo) visto que Deus Criador é amor...
Eu simplesmente não consigo acreditar que o Russel Norman Champlin escreveu sozinho aquela gigantesca obra. Ele é praticamente desconhecido no exterior, sua obra surgiu em épocas em que era comum os EUA enviarem “missionários” que na verdade eram agentes e evidentemente uma “obra” ajudava a dar projeção a uma pessoa. Não estou afirmando, apenas conjecturando uma possibilidade.
Vejam onde o livro dele é lido e recomendado e consta na bibliografia deste curso:
E na bibliografia internacional de projeciologia (projeção astral):
Ainda recomendo encontrar enciclopédias de melhor origem que as dele.
Sugiro que todos divulguem este artigo em sites, listas, blogs, boletins etc. Que sirva de Admoestação aos irmãos, recomendem que estudantes deixem de consultar esta obra e que institutos e livrarias cristãs a deixem de a oferecer como obra de consulta pelo risco que isto significa em termos de “envenenamento”.
Se não concordam em excluir a obra ao menos concordem em classificá-la adequadamente como obra de motivação e pontos de vistas “espíritas” e heterodoxos.
Paz!
Contribuíram com este artigo:
Alexandre Rodrigues
Pr. Sandro
Francisco Nunes
Fonte: portrasdacortina.blogspot.com